Maria da Anunciação, ou como era conhecida Maria Landainas ou simplesmente Maria (Tia Maria), nasceu em 20.Fev.1898 e Morreu em 6.Out.1987.
Estava para aqui a pensar o que há para dizer sobre esta mulher e chego à conclusão o quão é difícil escrever sobre Ela. Difícil porque tudo que disser ao seu respeito vou ficar muito aquém da Grande Mulher que Ela foi. Popular, mulher do povo, humilde, mãe de muitos filhos sem nunca o ter sido, e bronca quanto bastasse para não deixar ninguém sem tecto, pão ou uma palavra
estórias da roda, e muitas estórias de encantar com horas difíceis de tempos difíceis, mas de festa, de muita festa, pois não havia festa, acontecimento, ajuntamento, inauguração ou recepção que não contasse com a sua presença, acho mesmo que em Chaves nada acontecia sem a sua presença.
É mais que merecida uma homenagem a esta Grande Mulher, não uma homenagem singela de um blog ou de um poeta ou artista, mas a homenagem pública e oficial, merecedora de nome de rua, largo ou travessa de modo a que o seu nome se perpetue para sempre na história flaviense e não morra com a memória dos que a conheceram.
E enquanto a merecida homenagem não aparece, vão restando as homenagens pessoais, como a que Armando Ruivo, ex-chefe das Finanças de Chaves, curiosamente não flaviense, lhe prestou em tela (cuja imagem hoje reproduzimos) e em soneto publicado em livro:
Maria Landainas
Qual farrapo vagueando pela calçada,
Com marca bem exposta no debrum,
Usando, maltratado, sem pejo algum,
Era corpo de mulher de vida amarga.
Propus-lhe um retrato, mas nada honrada,
Opôs-se com remoque pouco comum,
Com a mão entre as pernas disse: Hum!..
Faz-me um retrato, mas desta malvada!
Tal proposta em de barato foi dita,
Mas os traços do rosto ela consente
Que reflictam, no papel, sua dura vida.
Então chorou com o retrato em frente
Quem, sem parir, foi mãe conhecida
Por Landainas ou Maria simplesmente
E da minha parte só me resta agradecer à filha da Tia Maria (a Lúcia) e ao Armando Ruivo, a colaboração prestada para que este post fosse possível.
F.R.