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CHAVES ANTIGA

chaves.antiga@sapo.pt

CHAVES ANTIGA

chaves.antiga@sapo.pt

Antiga Foz do Ribelas, 1960.

17.06.09 | hpserra

 

 

No início da década de 1950, foram feitas profundas alterações em toda esta zona, a construção da Ponte Eng.º Barbosa Carmona ("Ponte Nova"), o aterro que deu lugar às chamadas Avenidas Novas, ou seja, Praça do Brasil e as artérias que dela partem, o Pavilhão Termal e o desvio do Ribelas. Como se pode ver através desta imagem, era aqui o local onde desaguava naturalmente o Ribelas, quando as águas desta ribeira atingiam certos niveis porvocavam estragos nas Termas, daí se ter optado pelo desvio desta linha de água.

Ligações Aéreas

10.06.09 | blogdaruanove

   

 

Durante alguns meses do final da década de 1980, Chaves teve ligações aéreas regulares com outras cidades do país. Essas rotas eram garantidas pela LAR, que efectuava dois voos semanais Lisboa-Chaves-Lisboa, com escala em Vila Real e no Porto. Os aparelhos utilizados pela empresa nas ligações regionais eram De Haviland DHC-6-300 Twin Otter e Beechcraft 90 King Air. Para a rota de Chaves utilizavam-se os DHC (e não DHT como referido no folheto), que dispunham de dezoito lugares (1+2 em cada uma das 5 filas e 3 na retaguarda) para passageiros e um para tripulante de cabine (junto da porta traseira).

 

Uma das histórias mais peculiares desta rota deve ter sido aquela que, ao que parece, ocorreu na tarde de 24 de Dezembro de 1987, entre Lisboa e Chaves. Depois de efectuado o percurso até ao Porto, o aparelho aí permaneceu imobilizado durante algum tempo, até se obter  confirmação de condições favoráveis para aterragem em Chaves. As informações eram contraditórias, mas ao fim de longa espera pareciam confirmar-se essas condições, de acordo com indicação transmitida de Chaves. O DHC levantou então voo, efectuando uma curta e calma viagem até à cidade. Aí chegado, sobrevoou o aeródromo durante breves minutos e fez meia-volta de regresso ao Porto. O vale estava completamente coberto de espessas nuvens, a baixa altitude, que impediam a aterragem.

 

Desembarcando no Porto ao princípio da noite, os dezoito passageiros dirigiram-se de imediato para o balcão de reclamações. Após prolongadas e acesas discussões entre as partes, de onde sobressaía o passageiro Jorge Lima Barreto (esse mesmo, o músico dos Telectu e autor da famosa intervenção no exame da Faculdade de Letras do Porto – "Segundo fulano de tal, que escreveu [...], não sei se o Senhor Professor conhece este famoso livro?..." "Perfeitamente", responde-lhe o catedrático. E aí o Lima Barreto vira-se para a audiência que enchia o anfiteatro e diz: "Mas qual é a competência deste senhor que me está a fazer exame e conhece um livro que acabei agora de inventar?"), que ainda tinha de seguir viagem até Vinhais, conseguiu-se o reembolso das passagens.

 

Foi num ápice que se contrataram os poucos táxis disponíveis no aeroporto. As pessoas que seguiam para Chaves ainda chegaram a tempo da ceia, mas o Jorge Lima Barreto parece que só chegou a Vinhais a tempo da Missa do Galo...

 

Embora não haja confirmação oficial do facto, parece que este foi um dos episódios que contribuíram decisivamente para que a rota fosse encerrada poucos meses depois.